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3552 Sem Memórias - Capítulo 22

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  3. Capítulo 22 - Um Rosto Familiar
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Após o treino acabar, me reuni com os filhos de Drake para voltarmos para o apartamento Estávamos em cinco, eu, Thomas, Tamires, Jonathan e Liz. Eu mal falava, ainda não tinha intimidade com o grupo me considerar parte da família, embora de legalmente ser o quinto irmão.

Apesar do discurso de Thomas, eu ainda tinha medo da reação de Drake quando descobrisse que havia mordido seu filho. Aquele temor não era saudável para meu relacionamento com eles, eu estava mais tímido e temeroso de falar qualquer coisa que os desagradasse.

Caminhávamos pela capital da União, as pessoas viviam tranquilas, sem se preocupar com o que havia do lado de fora da cúpula. Por toda a cidade, eu via maravilhado parques suspensos por cima das avenidas, arranha-céus que chegavam até os céus e o monotrilho sônico transportando as pessoas de um lado para o outro. As ruas cheias de vendedores ambulantes cheiravam a cachorros quentes, hambúrgueres sendo assados na brasa e o mais gostoso de todos, o ar era contaminado pelo cheiro de churrasco.

As cores vibrantes da cidade combinavam com o céu alaranjado e o Sol vermelho do horizonte. A noite iria engolir o dia em breve, se você olhasse bem podia até mesmo enxergar a Lua.

Porém, entre nós, o clima era pesado, ninguém pronunciava uma única palavra, um silêncio mortífero que era quebrado por alguns resmungos de Tamires. A atmosfera iria se manter assim se Jonathan não tivesse se pronunciado.

— Então, Nusquam, tire uma dúvida minha, você sofre de amnésia?

Olhei para ele de forma séria, eu já estava cansado de responder essas perguntas tolas.

— Sim, não me recordo de nada. Nada mesmo.

— Do que você se lembra?

— Não me recordo de nada, ou seja, minhas memórias estão vazias.

— Não foi isso que quis dizer, quero saber quais são suas lembranças mais recentes.

— Fugir de uma aranha gigante em uma floresta.

— Você encontrou mesmo um cranyus? — indagou Liz, a filha mais nova de Drake.

— Sim, e não foi só um, foram vários.

— Conte sobre eles! — incentivou Jonathan. — Apesar de meu pai falar sobre eles e os relatos de outras pessoas, sempre quero saber mais. Até hoje nunca tive contato com um cranyus, já matou algum deles?

— Não, nunca matei um cranyus, o máximo que cheguei perto foi deles me matarem. Eu estava com o pai de vocês…

— Nosso pai — corrigiu Thomas. — Você já faz parte da família.

Engoli em seco, Thomas cortou totalmente meu raciocínio. Eu tinha um apreço por Drake, mas ainda não era o bastante para chamá-lo de pai. Tentei encontrar uma resposta adequada para a bronca que recebi, antes de achar qualquer fala decente fui interrompido.

Desde de que saímos da A.T.H.A.J já havia sentido que alguém nos perseguia. Não sabia quem era e onde estava, mas Thomas e Tamires também já demonstravam sinais de que perceberam a movimentação.

Do outro lado da rua, dois homens caminhavam em nossa direção. Eles caminhavam como dois vagabundos, com um gingado diferenciado, como o de alguém que carrega algo grande e pesado nos bolsos da calça. Provavelmente devia ser verdade, porém eles não tiveram tempo de sacar o que seja que eles tinham.

Mal eles colocaram as mãos na cintura foram perfurados por duas correntes que surgiram do além. A garganta de ambos foi transpassada por uma corrente com uma pequena adaga na ponta. O dono e agressor de ambos apareceu apenas para terminar o serviço.

Ele usou diversas correntes para atacar outros inimigos ao redor, chicoteando-os e utilizando as adagas para esfaquear. Novamente, o mesmo desconhecido tinha salvado a minha vida.

Ele se vestia da mesma forma que eu o havia visto da primeira vez. Uma armadura prateada que cobria todo o corpo exceto por pequenas aberturas por onde as correntes saiam.

Nós estávamos muito assustados para ter alguma reação à chacina que aconteceu na nossa frente. As pessoas ao nosso redor corriam assustados pela brutalidade da cena, cabeças e membros decepados estavam agora espalhados pelo concreto, e o concreto não era mais preto, era vermelho.

Após matar duas dúzias de bandidos, o meu salvador se retirou da cena. Ele utilizou as correntes para se pendurar pelos prédios e pontes. Eu não sabia quem ele era, mas ele era a chave do meu passado, não podia deixá-lo escapar.

Mesmo com os protestos de Thomas eu corri atrás dele. Ele se movimentava rápido, porém eu ainda tinha um último resquício de adrenalix no meu corpo, tudo o que eu precisava para continuar o ritmo.

Atravessamos a zona urbana até chegarmos em um parque, uma zona sem prédios para ele se apoiar, ele foi forçado a correr. E no quesito corrida eu possuía a vantagem, não demorou muito para que me aproximasse dele.

A corrida no parque acabou e nós entramos em uma das estações do monotrilho. O trem chegava na estação, as pessoas olhavam abismadas para aquela perseguição estranha e o homem prateado. Quando observei o trem sônico ao longe senti que um alívio, ele seria forçado a parar. Gostaria de estar certo. 

Ele pulou pelos trilhos, sim, ele pulou sem medo de ser atropelado. Fiquei assustado, deveria continuar a persegui-lo ou desistir? Sem pensar duas vezes, eu decidi. Pulei entre os trilhos no exato momento que o trem passou, senti o vento passar pelo meu corpo, minha adrenalina (não adrenalix) estava a mil.

Ao chegar do outro lado senti um alívio, eu estava inteiro. Suspirei aliviado até perceber que o meu alvo continuava a fugir e não havia parado após. Recuperei o fôlego e voltei a correr.

Foram mais cinco minutos de perseguição desenfreada pela capital, passando por muitas ruas e avenidas movimentadas. Já estava desistindo, mas o meu alvo parou antes. Nós estávamos frente a frente em um canteiro de obras vazio.

Ele girava suas correntes ao redor de seu corpo, gerando uma zona no qual ninguém de fora podia passar sem ser acertado por elas.

— Quem é você? — gritei para ele. — Quem sou eu?

O silêncio continuou, ele não emitiu uma única palavra. Tamires chegou exatamente nessa hora, atrás dela vinham o restante do grupo. Ela ficou ao meu lado e me deu tapinha nas costas para perguntar algo.

Ela iria perguntar se não tinha sido impedida pelo lançamento de uma corrente diretamente na sua garganta. A corrente ficou a milímetros de acerta-la, ela parou de alguma forma milagrosa e ficou paralisada no ar, sem se mover.

— Não desvie seus olhos de Ômega, ele irá te matar na primeira oportunidade — falou uma voz conhecida.

Em cima de uma das vigas de construção estava Alfa, usando todo o seu uniforme característico. Ele mantinha seu braço esquerdo estendido na direção de Ômega, que não conseguia mais se mover, se mantinha estático junto com as suas correntes.

— Alfa? O que faz aqui? — perguntei.

— Não vim para te salvar, que isto fique claro, vim aqui para eliminar uma espinha na minha equipe.

Olhei para o homem que já havia salvado minha vida duas vezes, ele era uma espinha na equipe? Seu codinome era o mesmo do meu irmão, Ômega, teriam então mentido para mim? Meu irmão estava vivo e me protegendo esse tempo todo?

— Ômega, Ômega, tão poderoso, mas que possui um defeito gritante — Alfa se aproximou dele. — Minhas ordens de proteção não foram claras o bastante? Você devia proteger Beta, não matar e atacar todos que chegam ao seu redor. Agora terei que te eliminar e encontrar um novo substituto.

Ômega mantinha-se imóvel, alguma coisa o prendia, talvez uma habilidade de Alfa? Não sei, mas a cena era estranha.

— Quem são eles? — cochichou Tamires em meu ouvido.

— A equipe que salvou eu e o seu pai no trem, eles lutaram contra os membros da caveira.

— São eles? Então devemos tentar capturá-los, eles são procurados pela polícia — comentou Thomas.

— Acredite em mim, as habilidades deles são superiores a de qualquer um de nós.

Ômega mexeu um dos seus dedos, foi um movimento muito pequeno e rápido, mas eu enxerguei. Alfa também percebeu algo de estranho, pois com um único pulo para trás se afastou vinte metros dele.

— Muito bem, parece que teremos que ir pelo método difícil — resmungou Alfa — Vocês protejam-se, mas não fujam, ainda tenho assuntos pendentes para falar com o seu amigo.

Engoli em seco, qual seria os assuntos pendentes que iríamos tratar após a luta?

— Muito bem senhor, iremos fazer isso — Thomas o respondeu, eu entendi a sua jogada de tentar capturar Alfa.

— Espero que sim… — Alfa desentendeu seu braço esquerdo, soltando Ômega. 

Ômega depois de ficar imóvel por tantos momentos se moveu. Ele foi rápido, meus olhos mal acompanharam sua movimentação espetacular. Alfa pelo visto também não, pois foi acertado no pescoço por uma corrente. Ômega decapitaria Alfa com dois movimentos se não fosse por um caminhão betoneira que surgisse voando pelo ar. O veículo acertou as costas de Ômega e o lançou diretamente em uma parede.

— Ainda tenho meus truques, dessa vez você não sairá vivo! — provocou Alfa após retirar a corrente do pescoço.

Ômega se retirou dos escombros inteiro, o único vestígio do golpe era sua roupa cheia de pó. Por trás das máscaras de ambos eu podia sentir um sorriso de felicidade. 

Nenhum dos dois estava brincando, eles iriam lutar até a morte. Uma luta de titãs iria começar.

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